15 novembro, 2012

Mulher Palestina

Por que choras, mulher de alma menina?
A brisa do amanhecer é sua também
Não se sinta mal, mulher palestina
A dança da serpente é para ti também

Com a dor da esterilidade, você chora

Sem o colo que a ti consola
Mulher precoce, em Palastu viveu
E com a dor da violação cresceu

A dor e amargura de uma cicatriz eterna

O breu predomina, é uma grande caverna
Que não se ofusca nem ao brilho da lanterna
A marca que há em cada braço, cada perna
Não mais chores, meu bem
O dia escurece para todos também

Tua maior riqueza é a vida

Se não a que trarias ao mundo
Em decorrência de sua maior ferida
Causada pelo homem imundo
Abra teus olhos negros, minha querida
Junta-te a mim, junta-te ao fecundo
Fecundar o amor, enterrar a dor
Em teu corpo irei compor
Não mais declare morte ao agressor


Por que choras, mulher de alma menina?
A brisa do amanhecer é sua também
Não se sinta mal, mulher palestina
A dança da serpente é para ti também.






Palastu: Nome dado à região da Palestina pelos assírios.

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