25 julho, 2014

Tua mão para que eu aqueça
Meu vinho para que a gente beba
Teu sangue quente por onde ele corre
E este batom na boca
Para que eu borre?

02 julho, 2014

Porão

Preso em um escuro porão
Teias de aranhas me cercam
Não vejo nada além de escuridão
Ou não vejo nada, vai saber...
Sentei-me em uma cadeira
Que senti com as mãos
Fiquei esperando alguma coisa
Mas exatamente nada acontecia
Então pus-me a levantar
Sentir o ambiente e raciocinar
Tudo escuro, tudo morto
Passei a ouvir sussurros
Fantasmas a perturbar-me
Eu sentia cada vez mais medo
Onde fui parar, afinal?
Eu não acredito em nada disso!
Então por que estou aqui?
Fechei os olhos e tudo clareou-se

Quanta ironia, não?
Percebi que às vezes
Nem sempre é tão bom assim
Estar de olhos abertos
Foi só eu fechar os olhos
Que finalmente acordei
Outra grande ironia, não?
Estou suado em minha cama
Casa humilde perto do centro
São quatro e meia da manhã
Parece que este pesadelo durou dias
Mas não, durou apenas uma hora
Aprendi que pra combater o medo
Basta fechar os olhos e agir
Pois a atitude vale mais que a disposição
A convicção vale mais que a dúvida
E a vida vale mais que a morte
E ao colocar tudo em uma balança
Percebi que os pesadelos não valem os sonhos
E que fantasmas não valem amores...