Não vivo um incessante eu
Porque ando fora de mim
Tempos correm menos o meu
Dias parecem não ter fim
Com o silêncio fiquei surdo
Porque ele gritava demais
Sou mais um invisível no mundo
Que às vezes corre para trás
Minhas costas têm as marcas
Do mundo que caiu sobre elas
Peso que corta como facas
Escuridão à luz de velas
No subterrâneo de mim
Possuo uma paz barulhenta
Que fora procuro sem fim
Enquanto a angústia me atormenta
Mas ela já é minha amiga
Mesmo eu negando de antemão
Às vezes a gente briga
Mas ela me livra de estar são