30 abril, 2016

Serafim

Faz cinco graus e o corpo treme
Boca calada e a alma que geme
Sinto pressa e o tempo não corre
Rua que abriga um sonho nobre
Recebo o vazio ao estender a mão
Todos se negam a me cobrir
Com um pouco de atenção
Mas não hesitam em congelar
A fé de quem jamais diria não
Mas um dia a vida dirá sim
Pois o meu vulgo é Serafim
E este não será meu fim.

27 abril, 2016

Póstumo

A vida é uma passagem
Uma linda canção
A morte é uma bobagem
Que o homem teme são

Do choro de um neném
Ao fim em solidão
Vidas que vão e vêm
No fim não há razão

O fim é só o começo
A viagem pequena
Até o fim desde o berço
Faça valer a pena.

20 abril, 2016

Luz

Uma flor ao que está certo
Sem espinhos ao errado
Amor a quem desafia
Não menos ao desafiado
Ao homem de sangue forte
Que jamais será calado
E à mulher que é valente
O esboço mais amado
Dedico-lhes as palavras
De um errante atortoado
E aquele grande sorriso
Em meio ao caos declarado.

19 abril, 2016

Versão Verso

Pesadelo é aquele quando acordados
Nos sentimos de olhos fechados
O grito de quem está parcialmente mudo
Não atraiu sequer um verso agudo

É como quem conclui uma bela jogada
Porém sem abrir o placar da rodada
Dessa vez a bola explodiu na trave
Na falta do gol vai de consolo um verso grave

Por que não posso errar de vez em quando?
Mal parece que em minha própria vida mando!
Para uma sociedade sem escrúpulos
Dou-lhes apenas este verso esdrúxulo


Vidas escritas em curtas tiras de papel
Em versos satíricos ou líricos cheios de fel
Guiados pelo tempo que sempre vive
E levados pelo vento e um verso livre.