17 junho, 2015

Dreadlocks

Dreadlocks e um congelante olhar
Cerveja na mão e um reggae do bom
Sorriso lindo de matar
Enquanto o vento destaca seu dom
De sempre me conquistar
E ouço em alto e bom som
Seu coração a me chamar
Será que o beijo dela
É tão bom quanto cantar?

05 junho, 2015

Kaikoura

O vento forte e gelado que se mistura
Ao primeiro devaneio de um dia de outono
A fumaça do incenso faz do ar uma tela de pintura
Purificando ao redor de meu imaginário trono
Meu universo interior nunca foi de muitas estrelas
Mas tampouco infinito deixou de ser
Ora tranquilo como canções praieiras
Ora perturbador como a reação de um porco

Ao saber que estão ali para lhe abater
O café gela enquanto conflitos internos esquentam
O mar é agitado mas logo se acalma
No mundo dos que desistem e dos que tentam
Meu papel é não me perder de minh'alma
Mesmo que isso custe me perder no mundo
Em que tudo são ondas se quebrando na praia
E enquanto penso no quão bom e ruim é ser um única vivalma
Meu café continua gelando no banquinho de madeira
Meu trono imaginário é simplesmente qualquer lugar
Deitado numa rede em Kaikoura ou matando e morrendo por uma bandeira
Andando com sede num deserto ou em casa observando o luar
O tudo prova ser simplesmente nada e vice-versa
Na mesma intensidade em que desejo
Se aqui ou em Kaikoura em Nuuk ou na Pérsia
Que meus únicos cuidados maiores
Fossem não me esquecer de acender mais um incenso
E não deixar o velho amigo café gelar
Mas tenho sim uma preferência
Que Kaikoura seja o meu lugar...