12 novembro, 2017

Clamor

Crianças morrem na vala da plena intolerância
Enquanto bandeiras queimam em seus corpos
A paz é gravemente ferida pela sã arrogância
Na guerra diária da vida que se vai dos mortos

O terno que nunca é lavado no tanque de pedra
É vestido por quem comanda tanques de guerra
O mundo chora nas duras mãos de quem prega
As mentiras que fazem pobres comerem terra

O imponente verde predominante das florestas
Sucumbe à enorme planície morta e incolor
E a tão querida fauna se torna status nas festas
Casacos de pele das madames do desamor

Preta é a pele dos que pelos olhos sangram
E também a mãe solteira largada por outrem
Cor da eterna resistência dos que estancam
A hemorragia do ódio que os humanos têm

O mundo é do mundo e não de dez ou vinte
Uma flor aos inocentes que se vão aos prantos
Salvemos a Terra dos lordes do plano seguinte
Ou a dor perdurará arrastando-se pelos cantos