12 junho, 2013

Chuva

Chuva, para lavar a alma dos ressecados pelo ódio
Para umedecer os olhos de quem não tem mais lágrimas para chorar
Chuva, para encher o rio de quem não vê água
Para lavar de esperança a vida seca dos que vivem de mágoas.

Mel

Se lambuze com
O mel de meus beijos
Vamos tornar únicos
Nossos caminhos estreitos
Se houver obstáculos
Não sucumbiremos aos defeitos
Dê-me a tua mão
E vamos sorrir
Por séculos inteiros
Se entregue ao extraordinário
Venha até minha colmeia
Consegues ver o apiário?
Ao passo de uma afirmativa
Ele será todo seu.

06 junho, 2013

Enfermos

     Sentimentos e canções distintos, juntos em um hospital. Canções alegres para os poucos enfermos fortalecidos por seus entes queridos e amigos, enfermos estes que, mesmo se sucumbirem à algum problema que lhes maltratam sem dó, levarão desta vida o sorriso no rosto que deram antes de partir deste mundo, além do abraço, ou um afago, e levarão isto por toda a eternidade. Canções mornas para os adoecidos de primeira viagem que ainda não conhecem o bem que faz uma simples presença de espírito ou o mal que faz a falta dela, ou que sentem o tempo de visita se esgotando. Se conformam com um simples mimo, ou a atenção de desconhecidos graciosos que pelo corredor do hospital passam. E por fim, canções tristes para os pobres velhos enfermos internados, sem amigos, e esquecidos pela família. E para eles, que passam dias e noites sozinhos, às vezes até invisíveis para enfermeiras e outros desconhecidos que por ali no corredor passam e olham pela janela do quarto com expressão de indiferença ou desprezo? À eles, que não têm ninguém, ou que têm mas parece que não têm, restam a única coisa que ainda lhes querem, que ainda está ali zelando por eles, à espera paciente de um chamado inconsciente de cada um deles: a morte. As canções podem mudar, assim como a esperança de cada um. Depende da melodia, do ritmo, e da harmonia que transmitem ou vão transmitir. Oh! Mas o sol nasce igual para todos...


Santa Casa de Misericórdia de Jacareí