06 maio, 2013

Trabalho na Rua

Trabalho na rua
Não tenho patrão
Poucas moedas no bolso
Não virei ladrão
Mas corro como sempre
Da avenida à estação
Levo minhas coisas nas costas
E o que não der levo na mão
Me tratam como um bandido
Mas levam meu ganha pão
Minha voz ninguém ouve
Exceto os de bom coração

Trabalho na rua

Pessoas admiram o que faço
Com um ou outro
Até crio um laço
Apenas mais um na metrópole
Tal como uma estrela no espaço
Poucos compreendem meu brilho
Mas sigo sem amarrar o cadarço
Em busca de mais uns trocados
Ou um aperto de mão, um abraço

Trabalho na rua

Uma imensa cidade
De muitos números
E pouca solidariedade
A garôa vira chuva
Uma enchente de realidade
Onde uva vira vinho
Se não escapar
Do que pisa na verdade...

4 comentários:

  1. muito foda parabéns pelo poema fica muuito bom mesmo !!

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  2. Muito bom, pode ser um dos melhores que você fez, além do que é legal alguém perceber esta realidade e transformar em poema.
    Valeu

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