29 junho, 2020

Crosta

Perdoe-me por tremer as mãos
Mas carrego tudo nas costas
Das mazelas do mundo aos grãos
De promessas decompostas
Que ludibriam cidadãos

Escrevo buscando respostas
Para perguntas que atormentam
A alma que acumula crostas
Que doem mas não alimentam
Mais um caído nas encostas

Pedido de perdão que vem
Através de letras tremidas
Que esbravejam como ninguém
Que sinto demais outras vidas
Menos a que meu corpo tem

A ponta da caneta aperta
O papel borrado e rasgado
E cutuca a ferida aberta
Nas costas de um ser abalado
Que enxerga uma vida deserta

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